quarta-feira, 18 de junho de 2008

Novo Blog

Devido à dificuldade da atualização e da falta de tempo de acompanhar o noticiário econômigo mais de perto, resolvi mudar o meu blog pra falar sobre televisão. A Tv funciona pra mim como profissão e como lazer. Não tem como se desvencilhar dela.
o blog é:
www.tubodeimagem.blogspot.com
se divirtam

segunda-feira, 31 de março de 2008

A taxa de juros começa a subir a ladeira

A segunda-feira começou um pouco estremecida para os analistas e para a população em geral. Após a divulgação da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e do relatório da inflação, os analistas perceberam que a nossa taxa de juros de 11,25% ao ano pode sofrer alguns aumentos depois do meio deste ano. Cabe lembrar que nossa taxa de juros de 11,25% é a mais baixa da história, mas também é a mais alta entre todas as economias do mundo, em se falando de juros reais. Bom, já se imagina que terminemos o ano de 2008 com uma taxa de 12%.

No último dia 26 de março, o Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - já tinha divulgado uma previsão para a economia do Brasil com o aumento do PIB este ano acompanhando o otimismo do anúncio de um aumento parecido no ano de 2007. No entanto, já se sabia que a taxa de juros poderia sofrer um aumento e que a inflação precisava ser acompanhada cuidadosamente. Agora, ente zelo com a inflação se confirmou e, mesmo que tenhamos um aumento nos índices econômicos, teremos também um reflexo no bolso não tão positivo.

Veja a previsão divulgada pelo Ipea no link:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM807967-7823-IPEA+FAZ+PREVISOES+PARA+A+ECONOMIA+BRASILEIRA,00.html

quarta-feira, 26 de março de 2008

CESP: Privatização e Fracasso


Quem, não se lembra da disputa nas eleições de 2002, em que de forma magistral os publicitários da campanha de Lula conseguiram associar à imagem do então candidato José Serra a idéia de que assim que assumisse a cadeira de Presidente da República, iniciaria um processo macabro de privatizações, como se ele fosse vender o país para o capital estrangeiro, dando seqüência ao projeto neo-liberalista de seu partido. Como exemplo, eles tinham a venda das empresas de telecomunicações e a tão discutida venda da Vale do Rio Doce. A estratégia foi tão bem feita, que boa parte dos debates, Serra precisou se defender dizendo que não privatizaria tudo, ou tentando explicar que a privatização demoníaco.

Bom, a privatização de uma empresa foi assunto da roda dos economistas nesta terça-feira (25) Desta vez, a empresa estatal que iria ser leiloada era a CESP, Companhia Energética de São Paulo. No entanto, essa condicional não teve sucesso e o seria permaneceu. O leilão foi um tremendo fracasso e a empresa do estado comandado pelo ex-candidato a presidente em 2002 e atual governador de São Paulo, José Serra, ficou sem comprador.

Bom, a bagatela mínima para adquirir a companhia que responde por quase 10% de toda a energia elétrica do país era de R$ 6,6 bilhões. Das cinco companhias internacionais que participaram do leilão, nenhuma quis se arriscar neste valor, muito menos aplicar o R$ 1,74 bilhão de garantia para participar da disputa. Muitos analistas, inclusive o jornal Financial Times, atribuíram o fracasso à crise econômica e a toda essa instabilidade que o mundo está passando com a incerteza da recessão nos Estados Unidos.

Bom, José Serra atribuiu o fracasso a uma tentativa das empresas pra que o governo do estado baixasse o preço. Até porque para adquirir a empresa, além dos 6,6 bilhões, precisa-se de mais 6 bilhões para pagar as dívidas da empresa e mais aproximadamente 10 bilhões para comprar as ações dos sócios minoritários. Um negócio de quase R$ 22 bilhões.

Além disso, outro possível motivo levantado pelos analistas é de que o tempo de rendimento do negócio é curto. A CESP é composta por hidrelétricas estatais e privadas. No negócio, as empresas privadas seriam concedidas à CESP por 30 anos, mas no caso das estatais, a concessão seria até 2015. Ou seja, apenas 7 anos de usufruto. Depois disso, estas empresas voltam ao estado e eles decidiriam o que fazer: ou privatizar, ou renovar as concessões mediante pagamento. De qualquer forma, um negócio de apenas sete anos não é tão interessante diante do valor de compra.

Resultado: São Paulo ficará com a CESP por mais algum tempo.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Guido e o Fermento


Como tinha prometido no post anterior, vou contar um pouquinho de outro episódio envolvendo os precatórios: a CPI dos Títulos Públicos. Mas antes, deixe-me comentar uma informação que o IBGE divulgou hoje. Segundo o Instituto, o Brasil atingiu um crescimento na economia de 5,4% no ano de 2007. Um crescimento bastante razoável, em se tratando da economia brasileira.

Porém, o Ministro da Fazenda disse que este crescimento pode ser ainda maior. E diz também que neste primeiro trimestre de 2008, o Brasil cresce a uma taxa de 6%. Parece que o PAC está impulsionando direitinho a economia. Só não se sabe ao certo até quando. Cabe lembrar a total instabilidade do dólar perante o real, seguro principalmente pelas manobras de Lula na pessoa de Guido Mantega, e a grande interrogação sobre a possível recessão nos Estados Unidos. Mesmo com o Brasil tentando diversificar e abrir o seu mercado para outros países, uma crise econômica nos Estados Unidos, um dos maiores importadores de produtos no mundo, terá reflexos em toda a economia do mundo. Inclusive no Brasil, frustrando esta alavancada no crescimento.

Bom, é isso. Sim, vou ser rápido em relação à CPI dos Títulos Públicos pra este texto não ficar muito grande. Esta CPI aconteceu no ano de 1997, então mandato do presidente Fernando Henrique, e tentava verificar irregularidades na emissão e negociação de títulos públicos, tanto de prefeituras quanto de governos estaduais, durante os anos de 1995 e 1996. As prefeituras de São Paulo, Osasco e os Estados de Santa Catarina, Pernambuco, entre outros passaram pela avaliação dos senadores da CPI.

Onde os precatórios entram nessa história??? Oh, eles são os personagens principais. O que estes governos faziam era forjar dívidas judiciais, os precatórios, para poderem emitir Títulos Públicos para o pagamento destas dívidas, mas na verdade, pagavam outras coisas. Bom, desta maneira, os governos podiam comprar o que quisessem sem nenhum processo de licitação. Este esquema era intermediado por uma instituição financeira. A mais famosa instituição a participar do esquema foi o Banco Bradesco. O Bradesco adquiria o título da prefeitura com um valor bem abaixo do estimado. Depois repassava esses títulos a outras empresas ou a quem se interessasse e ficava com a lucratividade do negócio. Só em Pernambuco, o Bradesco recebeu R$ 480 milhões em títulos. O Brasil, só neste esqueminha, perdeu algo em torno de três bilhões de reais.

terça-feira, 11 de março de 2008

Vai um precatório aí?


A Gazeta Mercantil desta terça-feira traz um exemplo de uma nova modalidade de investimento de empresas estrangeiras no Brasil. Nada de compra de empresas estatais agora privatizadas ou compra de ações da Petrobrás ou da Vale. Agora, o grande investimento de pelo menos três fundos estrangeiros é a compra dos precatórios. Para quem não sabe o que este palavrão significa, aí vai uma pequena explicação:

Segundo a própria Gazeta, os precatórios seriam (uma ordem judicial irrecorrível para que o governo pague a dívida ao credor). Trocando em miúdos, os precatórios seriam como notas promissórias com valores superiores a 60 salários mínimos, que o governo deve pagar a algum beneficiário. A diferença é que esta ordem é expedida pela justiça. De uma forma ou de outra, o governo terá de pagar o valor. Inclusive, o valor a ser pago ao credor já fica previsto no orçamento da união do ano seguinte à determinação do pagamento pela justiça. A única saída que o governo tem para amenizar este valor é dividir o pagamento em dez parcelas anuais, passando parte da dívida para ser paga nos orçamentos dos próximos governos. E é nesse parcelamento que os investidores estrangeiros estão ganhando.

A tática é muito simples: As pessoas que estão com a posse dos precatórios e que não querem esperar os dez anos para receber o total do dinheiro, além dos juros corrigidos, vendem estes “títulos” a fundos estrangeiros por intermédio das empresas de advocacia que atendem os donos dos precatórios. Aproveitando que os credores querem o dinheiro rápido, os fundos de investimento compram estes precatórios por valores mais baratos que o valor estipulado, já que não se preocupam em ter um investimento a médio prazo.

Precatórios que valem um bilhão de reais chegam a ser vendidos por “míseros” 250 milhões. Um investimento que quadruplica o valor em 10 anos, com pouca margem de risco. E os precatórios mais procurados são o do Estado de São Paulo e os Federais. Está aí uma nova tática de investimento. Para os que quiserem ir atrás, precisam simplesmente ter, no mínimo, R$ 24.900,00 e procurar um grande escritório de advocacia mais próximo. Hehehehehehe.

Ah, e não é a primeira vez que os precatórios entram na roda. No final da década de noventa, eles foram os personagens principais da CPI dos Títulos Públicos, mas isso é uma outra história... Talvez eu coloque no próximo post. Hehehehehehe.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Mínimo menos mínimo


A notícia que todos esperavam, mas ninguém acreditava: O Salário vai aumentar. Como assim????
Bom, o Presidente Lula assinou na tarde desta sexta-feira (29) uma medida provisória que aumenta o salário mínimo. Um aumento de 35 reais. O salário vai agora pra R$ 415. Acredito que seja pra compensar o aumento do feijão. Lá em casa agora é só feijão preto. Épocas de vacas magras... Se bem que, em relação ao salário, este aumento de 9,2% nem chega perto do aumento de aproximadamente 42% no valor do feijão.
Bom, nem podemos reclamar tanto. A proposta anterior do Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, era de que o salário fosse para R$ 412,40.
E viva a teimosia do Presidente Lula. Garantiu mais 2,40 na carteira dos aposentados. Aproveitemos o aumento! Com trinta e cinco, fica mais tranquilo pagar o carnê da Insinuante e da Ricardo Eletro.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Considerações Iniciais


Este pequeno blog não tem como propósito fazer nenhuma análise econômica do sistema capitalista, socialista ou qualquer outro que venha aparecer por aí. Também não está aqui pra mostrar uma proposta inovadora sobre como os Estados Unidos sairão da recessão pra que Bush possa dormir em paz. O único propósito desse blog é tentar destrinchar um pouco a complicação dos números, dos nomes e dos reflexos da economia. Tentar mostrar como funciona a bolsa de valores, o que significa termos como alíquota, ações e o que o Risco Brasil traz de reflexo para a vida dos mortais como nós.
Não sou nenhum especialista na área. Na verdade, não passo de um curioso ousado. E a ousadia é tamanha, que me dei o direito de escrever um blog sobre um tema que pouco domino, mas que acredito que apesar de pouco, é relevante. Inicialmente tentarei mostrar alguns pontos da história, como a criação da moeda e as grandes crises da economia, com suas repercussões. Depois, me deterei às explicações mais específicas e às curiosidades do dia-a-dia. Sempre mesclando com algumas notícias da atualidade e tentando mostrar como isso pode afetar o nosso bolso.
Portanto, se quiserem pensar em economia, procurem o cofrinho.